top of page

histórico do era

A Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil - FEAB empenha-se a estreitar os laços entre a Universidade e a sociedade, propondo o resgate do conhecimento negado pela Revolução Verde, entendendo que a construção dos saberes se dá através de trocas entre o que é técnico e o que é tradicional, por meio da Agroecologia, diferentemente do que faz o agronegócio.

 A revolução verde, por sua vez, imposta ao Brasil a partir dos anos 60, trouxe um modelo de produção agropecuária que gradativamente mudou o formato de fazer extensão, pesquisa e ensino. As universidades, além das entidades criadas para esse fim específico, concentraram-se em desenvolver métodos vinculados à chamada agricultura moderna, o que a curto prazo acarretou uma maior produtividade. Entretanto, o pacote tecnológico (agrotóxicos, sementes hibridas, fertilizantes e mecanização agrícola) colocados pela revolução verde eram possibilidades de lucro unicamente para os grandes produtores/latifundiários e as empresas fabricantes dos pesticidas agrícolas. Assim, os agricultores familiares, camponeses e povos tradicionais ficaram em uma situação vulnerável, uma vez que, não tinham preço de mercado compatível ou próximo dos grandes proprietários de terra. Estes fatores acarretaram o aumento do êxodo rural, e consequentemente, o inchaço populacional nas periferias das grandes cidades.

Diante desta realidade, a FEAB se propôs a atuar na sensibilização dos estudantes para formação de profissionais solidários as demandas do campo e da cidade. Os eventos extracurriculares são ferramentas para tal e colocam em pauta questões emergenciais, como a reforma agrária, a agricultura familiar, a soberania alimentar, o desenvolvimento sustentável, assistência técnica, extensão rural, a vida dos povos tradicionais e o uso indiscriminado de agrotóxicos, que são temáticas muitas vezes tratadas como secundárias dentro das instituições de ensino. A FEAB, portanto, lança-se como uma das entidades pioneiras a promover debates no âmbito nacional sobre a Agroecologia.

Para tanto, foi realizado, ainda na década de 1980, Encontros Nacionais de Agricultura Alternativa cujo debate era centrado na agricultura não convencional. Posteriormente, surgiram na esfera regional os Encontros Regionais de Agricultura Alternativa (ERAA), que tinham como objetivo servir como preparação para os Encontros Brasileiros de Agricultura Alternativa (EBAAs). Contudo, esse objetivo não foi concretizado, porque os EBAAS não tiveram continuidade. Atualmente, acontecem os Encontros Regionais de Agroecologia (ERA), independente dos eventos a nível nacional.

O ERA aconteceu pela primeira vez, em Areia- PB (2002), terra do ilustre pintor do século XIX Pedro Américo e cidade pioneira como curso superior de Agronomia no Estado da Paraíba, o evento teve por temática: “O profissional comprometido com a agricultura familiar agroecológica no Nordeste”.

A edição de 2004 aconteceu em Ilhéus-BA, cidade palco de tantas obras de Jorge Amado. O tema foi: Agroecologia: Realidade, Potencialidade e Desafios.

Logo depois a capital do Frevo, Recife-PE sediou, em 2006, mais um Encontro Regional de Agroecologia. Discutiu-se a temática da “Tecnologia a serviço da vida, nas universidades”.

Em 2008, Maceió-AL, terra dos Caetés, foi contemplada com a X edição do ERA,com o tema: “Agroecologia: conquistando a soberania alimentar”.

Cruz das Almas-BA, cidade que tem a tradicional guerra de espadas, sediou em 2010 a XI edição do ERA. tendo como tema “Agroecologia: livro para comida, prato para educação”.

A primeira capital do Estado sergipano, São Cristóvão-SE, construiu em 2012 o ERA, colocando em pauta que “A Terra é fonte de vida, não de lucro!”.

Crato-CE, que sediou o evento em 2013, viu nascer um dos maiores ícones da cultura nordestina e símbolo de fé, o padre Cícero Romão Batista. Essa edição trouxe como título:“A juventude do campo e da cidade: semeando a transformação que sonhamos”.

Mossoró-RN, a cidade palco da resistência e expulsão do bando do rei do cangaço, Lampião, abriu as portas para a XIV edição do ERA, no ano de 2014. Teve como temática: “O papel da agroecologia no fortalecimento da identidade camponesa”.

Em 2015, foi a vez de Bananeiras – PB, cidade que o Pe. Ibiapina passou e culminou na edificação da igreja matriz. Recebeu o Encontro Regional de Agroecologia, discutindo a formação sociocultural na transformação política e social da vida no campo.

A XVI edição do ERA foi realizada em Rio Largo- Alagoas deu o que falar, com o tema “Na rota do Velho Chico: A Agroecologia e os Movimentos Sociais na Luta contra as opressões no campo e na academia” realizado em 28 de abril à 01 de maio de 2017, buscou uma metodologia inovadora para obter inúmeros espaços formativos e houve um alto número de participantes!

Agora é a vez de São Luís do Maranhão, a Ilha do Amor, a famosa Jamaica Brasileira ser sede desse evento lindíssimo, que só tem a contribuir com o desenvolvimento do projeto agroecológico que defendemos para o campo! O tema dessa XVII edição é “Resgatando nossas raízes: O grito dos povos tradicionais na luta pela Identidade, Permanência e acesso à terra”, entre os dias 28 de abril e 01 de maio de 2018 estamos aguardando você aqui!

 

Texto escrito por:

Crísea Cristina Nascimento de Cristo

Luís Eugênio Lessa Bulhões

Comissão Organizadora do XVI ERA-NE

Contribuição de:

Marjorie Silva

Comissão Organizadora do XVII ERA-NE

bottom of page